A qualidade do ensino em Moçambique tem se afirmado como uma das principais preocupações no âmbito do desenvolvimento educacional, refletindo diretamente no futuro das comunidades e na capacidade do país de responder aos desafios contemporâneos. Embora se reconheçam avanços significativos nos últimos anos, permanece evidente a existência de limitações estruturais e pedagógicas que comprometem o processo de aprendizagem. Entre os elementos que mais influenciam o desempenho escolar destacam-se a preparação dos docentes, a disponibilidade de materiais didáticos adequados e, sobretudo, as condições físicas em que muitas instituições de ensino ainda se encontram.
Em diversas regiões, especialmente nas zonas rurais, persistem situações em que as escolas funcionam com salas superlotadas, mobiliário insuficiente, fraca iluminação e ausência de espaços essenciais como bibliotecas, laboratórios e áreas de apoio pedagógico. Em alguns distritos, ainda são utilizadas infraestruturas improvisadas, construídas com materiais não duráveis, que não oferecem proteção adequada contra as condições climáticas, dificultando o ensino e comprometendo o bem-estar de professores e alunos.
A infraestrutura escolar desempenha um papel determinante na promoção de um ensino de qualidade. Ambientes escolares adequados, seguros e confortáveis favorecem a permanência dos alunos, contribuem para a motivação dos professores e criam condições mais favoráveis para práticas pedagógicas inovadoras e participativas. Da mesma forma, salas bem ventiladas, higienizadas e equipadas permitem o desenvolvimento de metodologias diversificadas, facilitando a aprendizagem e estimulando o interesse dos estudantes.
Paralelamente às condições estruturais, destaca-se a necessidade de fortalecer a formação contínua dos docentes. Muitos profissionais ainda enfrentam limitações no uso de metodologias centradas no aluno e na integração de tecnologias educativas, fatores que são hoje essenciais para responder às exigências de um ensino moderno e eficaz. Sem este investimento no capital humano, torna-se difícil assegurar que os alunos desenvolvam competências fundamentais para o seu percurso académico e vida profissional.
A melhoria da qualidade do ensino e das infraestruturas escolares deve ser entendida como um compromisso coletivo, que envolve o Governo, as instituições de ensino, as comunidades locais e os parceiros de cooperação. Quando estas forças atuam de forma articulada, torna-se possível construir um sistema educativo mais inclusivo, eficiente e capaz de preparar as futuras gerações para desafios cada vez mais complicado.